Imagine um visitante chegando à recepção:
— Moça, eu gostaria de ir à sala da empresa.
Certamente a recepcionista ficará confusa e pensará que o sujeito está pilheriando.
Esta introdução vem a propósito de um hábito de alguns gestores que, por alguma razão, não assumem a responsabilidade e os riscos das decisões difíceis.
Ao longo da minha carreira, ouvi muitas queixas de profissionais que foram chamados pelo chefe e demitidos desta maneira:
- Veja fulano, por mim você ficaria. Mas a empresa decidiu dispensá-lo.
Um desses profissionais, indignado, ainda teve a ironia de perguntar:
- Tudo bem, mas eu queria saber os motivos. Pode me informar qual o ramal da empresa para eu ligar e perguntar?
Seria cômico se não fosse ridículo. A empresa somos nós, do mensageiro ao presidente. Uma vez que toda organização é uma entidade abstrata, são seus colaboradores que a materializam e a representam. Nos bons e nos maus momentos.
O poder que é concedido pelo exercício da liderança traz em seu caminho uma imensa gama de funções e obrigações – e nem todos esses caminhos são floridos e ensolarados. Às vezes chove e há raios no dinâmico e competitivo clima corporativo.
Sabemos que é fácil e cômodo repassar para uma um poder invisível – neste caso a “empresa” – a responsabilidade de decisões que competem ao líder da área ou do negócio. Quando alguém toma decisões duras, pode ser que, perante alguns colaboradores, perca um pouco da aura da simpatia que o rodeia, mas, se a mesma decisão foi justa e necessária, ninguém deixará de reconhecer sua competência, imparcialidade e profissionalismo.
Este é o líder que as empresas buscam e querem manter.
Este artigo foi escrito por:
Floriano Serra escreveu 9 artigos em Ramadinha & Cia Treinamento.
Floriano Serra é psicólogo, escritor, palestrante, facilitador de seminários comportamentais e autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano pessoal e profissional. Foi diretor de RH e Qualidade de Vida da Apsen Farmacêutica, eleita na sua gestão, por 5 anos consecutivos, “uma das melhores empresas para trabalhar” de 2004 a 2008. É diretor executivo da Somma4 Gestão de Pessoas.
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